ESPERA INFINDA
Uma chácara envelhecida,
Árvores pomposas e solenes,
Um jardim desprezado ao relento,
Ervas e flores sobrevivendo ao acaso.
Lá dentro, no fim da vereda desprezada,
Uma casinha bangalô, telhas caiadas,
Tábuas envelhecidas pelo tempo, pelo desprezo,
Uma varanda empoeirada, uma rede rompida,
Vidraças grandes, soberbas e limpas, bem limpas.
O sol de fim de tarde, morno e ainda brilhante,
Acalentando os insetos, os pássaros que brincam libertos,
Uma figueira romântica sombreia a casinha triste,
Debruçando os galhos sobre o telhado empretecido.
Atrás da vidraça da varanda sombreada,
Um rosto espia a tarde, olhos cerrados no caminho,
Esperando o que ainda não vê, o que ainda vem,
Tão certo quanto a noite que virá, com certeza.
O Sol foge, escondido por detrás de nuvens imensas,
Que tomam o céu, sopradas pelos ventos da trovoada,
Que também balança os galhos, a relva, as folhas secas no chão,
E o rosto atrás da vidraça aguça os sentidos, cerra o olhar.
Sim, vai chover, pensa a cabeça do rosto protegido pelo vidro,
Vai chover e vai parar e o sol virá de novo - são apenas chuvas de verão,
E quando sobrar a brisa da bonança e o sol voltar já cálido,
Desta vez trará sim o meu amor de volta e daí sim, vou carpir o jardim.
Varrerei as folhas secas, alimentarei os colibris,
Regarei as rosas, as margaridas, colherei lírios,
Apanharei as flores das marcelas, as folhas da cana-de-cheiro,
Arremedarei os sabiás vermelhos que cantam nas laranjeiras,
Tudo, tudo para agradar e comemorar o retorno do meu amor.
Reabrirei a adega, buscarei as velas guardadas no armário,
Porei a toalha mais bonita, que venho bordando a tanto tempo,
Farei a mesa bem bonita, do jeito que jantávamos sós,
Só para receber o meu amor e fazê-lo não se ir mais.
A noite foi chegando, o rosto da vidraça se afastando,
Entrando casa à dentro, passos vagarosos arrastados no assoalho,
Esperando o outro dia, a outra chuva, a outra bonança,
Outros ventos, em cuja garupa chegasse o seu amor.
Uma chácara envelhecida,
Árvores pomposas e solenes,
Um jardim desprezado ao relento,
Ervas e flores sobrevivendo ao acaso.
Lá dentro, no fim da vereda desprezada,
Uma casinha bangalô, telhas caiadas,
Tábuas envelhecidas pelo tempo, pelo desprezo,
Uma varanda empoeirada, uma rede rompida,
Vidraças grandes, soberbas e limpas, bem limpas.
O sol de fim de tarde, morno e ainda brilhante,
Acalentando os insetos, os pássaros que brincam libertos,
Uma figueira romântica sombreia a casinha triste,
Debruçando os galhos sobre o telhado empretecido.
Atrás da vidraça da varanda sombreada,
Um rosto espia a tarde, olhos cerrados no caminho,
Esperando o que ainda não vê, o que ainda vem,
Tão certo quanto a noite que virá, com certeza.
O Sol foge, escondido por detrás de nuvens imensas,
Que tomam o céu, sopradas pelos ventos da trovoada,
Que também balança os galhos, a relva, as folhas secas no chão,
E o rosto atrás da vidraça aguça os sentidos, cerra o olhar.
Sim, vai chover, pensa a cabeça do rosto protegido pelo vidro,
Vai chover e vai parar e o sol virá de novo - são apenas chuvas de verão,
E quando sobrar a brisa da bonança e o sol voltar já cálido,
Desta vez trará sim o meu amor de volta e daí sim, vou carpir o jardim.
Varrerei as folhas secas, alimentarei os colibris,
Regarei as rosas, as margaridas, colherei lírios,
Apanharei as flores das marcelas, as folhas da cana-de-cheiro,
Arremedarei os sabiás vermelhos que cantam nas laranjeiras,
Tudo, tudo para agradar e comemorar o retorno do meu amor.
Reabrirei a adega, buscarei as velas guardadas no armário,
Porei a toalha mais bonita, que venho bordando a tanto tempo,
Farei a mesa bem bonita, do jeito que jantávamos sós,
Só para receber o meu amor e fazê-lo não se ir mais.
A noite foi chegando, o rosto da vidraça se afastando,
Entrando casa à dentro, passos vagarosos arrastados no assoalho,
Esperando o outro dia, a outra chuva, a outra bonança,
Outros ventos, em cuja garupa chegasse o seu amor.