"O amor em branco e preto".

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O motivo infinito da bela canção da vida,

Revelação constante das notas cheia de cores;

E, por si só, mesmo em branco e preto,

Rege com louvor os corações maestros e tenores...

Sábio, conduz o regente;

Agora regido, pelo poder majestoso,

Notável diante das cortinas de cada olhar,

Observando perfeita sinfonia, do amor rodopiando no ar...

O silêncio para o solo no piano,

Revela a agonia sufocante, de agora já não tê-lo;

Permite-nos a ligeira, introspectiva, indagação:

Por que e pra quê, afinal, existe esse nem sempre, então, afinado coração?

Alguém da platéia se levanta, começa a responder sua própria indagação;

O povo todo se espanta, mas, ouve com atenção:

Esse tal amor é coisa de doido, e, cá estou; está-lo-ei? Não sei, mas, ficarei,

Se não falar o que a tanto, hesitei em compartilhar:

Eis aqui uma alma carente, desejosa para se libertar,

Diante deste maestro regente, que a muito me fez apaixonar,

Com tamanha destreza, sempre me permite te tocar,

Em meus sonhos, desde então, insiste em repousar...

Esse sentimento escondido no meu próprio exílio,

Me fez conhecer o ódio, o medo, a solidão, a coragem, o perdão;

E tantos outros que me fizeram caminhar até aqui,

No grandioso palco desta sua apresentação...

Com a sinceridade das minhas lágrimas,

Pude despir meu coração,

Das vestes já rasgadas, da longa caminhada,

Para alcançar o seu perdão...

Ao som de violinos, delicadamente demos as mãos,

E, agora, juntos no seu palco com grande emoção;

Como bálsamo, pude sentir novamente seu beijo, ardente,

Ao som dos aplausos, regendo o recomeço da nossa inesquecível canção...

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Nailde Barreto.

(publicado em 02/01/2011 http://www.poemas-de-amor.net/blogues/nailde_barreto)