DOLCE INVERNO
Não posso permite-me a nada além deste pobre sentir,dentro de mim era tão calmo e sereno,o balançar das árvores,os sorrisos das crianças,uma tarde como outra qualquer.Calmamente você chegou,com traços fortes de cinzas,encheu meu coração com uma tenra tempestade.
Delicadamente,pingos em conta-gota,limparam minha maquiagem de palhaço,agora não sou mais triste.Um coração de cristal lapidado agora nem um sorriso doce e meigo é capaz de cortar as cordas que me amarram a solidão.Olhe meu segredo mais intimo,olha o reflexo angular que ele proporciona,tenho sua imagem presa em mim.Não morro ou vivo,nada sei,nada compreendo.O que sinto por ti é sem lógica ou razão,não existe efeito ou defeito é sutil e agressivo,calmo e feroz,rico e miserável,mortal e eterno,divino e humano,normal e insano,eu e você.
Compreendo o tempo,ele me deu a chave,não sei em que porta colocar.Jogo-me ao esmo de mim mesmo,em um pequeno buraco de agulha,bordo estrelas no céu,uma enorme colcha de retalhos me protege do frio de não ter você hoje...