REMANSO DO AMOR

Plantei certa vez os grãos da doçura

Pensando um dia algum fruto colher

Colhi os frutos indesejados da loucura

Já que amor eu não pude recolher

Reservando na memória a lembrança

Um sentimento sem igual semelhança

Fixado na masmorra de uma moldura.

Desistir, foi um plano arquitetado

Se papel e caneta sempre encontrei

Poderia ha tempo já ter postado

Noticias que tantas vezes eu desejei

Fiquei na penumbra de um talvez

Até que a saudade em mim desfez

O nó secreto que amarrava o passado.

Retornei e provei da inocente sensação

Que é ter ver nas mãos das entrelinhas

Idas sem voltas que revolta o coração

Costurando o prazer com as linhas

Que une duas almas tão distantes

Do mundo cruel reservado aos amantes

Que consomem de uma mesma emoção.

Ir embora, não pense tão brevemente

Pois tu controlas no mar um barco a vela

Comandando a tripulação bravamente

Trancafiando as infidelidades numa cela

Nos teus braços mergulhar num descanso

Sob o ritmo contagiante do remanso

Tu nos meus olhos, vendo como és bela.

Antonio dos Anjos
Enviado por Antonio dos Anjos em 12/05/2011
Código do texto: T2966552
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