REMANSO DO AMOR
Plantei certa vez os grãos da doçura
Pensando um dia algum fruto colher
Colhi os frutos indesejados da loucura
Já que amor eu não pude recolher
Reservando na memória a lembrança
Um sentimento sem igual semelhança
Fixado na masmorra de uma moldura.
Desistir, foi um plano arquitetado
Se papel e caneta sempre encontrei
Poderia ha tempo já ter postado
Noticias que tantas vezes eu desejei
Fiquei na penumbra de um talvez
Até que a saudade em mim desfez
O nó secreto que amarrava o passado.
Retornei e provei da inocente sensação
Que é ter ver nas mãos das entrelinhas
Idas sem voltas que revolta o coração
Costurando o prazer com as linhas
Que une duas almas tão distantes
Do mundo cruel reservado aos amantes
Que consomem de uma mesma emoção.
Ir embora, não pense tão brevemente
Pois tu controlas no mar um barco a vela
Comandando a tripulação bravamente
Trancafiando as infidelidades numa cela
Nos teus braços mergulhar num descanso
Sob o ritmo contagiante do remanso
Tu nos meus olhos, vendo como és bela.