>MEL & CICUTA<
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O rosário que me deste rezo muito, mas não te renuncio
Por mais que me abomine remova a cicuta do meu mel
O que me habita eu não oculto, tu pra mim és absoluta.
Tua beleza hipnótica me induz a viajar em teu mundo
Olhar não apático que me faz sorrir mesmo sem indulto
Não sou fuligem nem terror, tu és soberana no meu amor.
Sou vento que te mira que afoito o teu véu descortina
Sou serenata de tua fantasia, este o coração te delicia
Sou exilado amante almejando estar contigo novamente.
Sou saliva viva no teu sangue, sou rubro no semblante
Secreta chama que não se apaga no ranger da tua cama
Comandante do teu desejo, no despudor da devassidão.
Sou o anoitecer que lhe devora agatanha aflora o instinto
Sou o voluptuoso dia que você dissimula ter deslembrado
Não sou ócio no teu anseio, sou idéia incontida em tua vida.
Em teu pensamento sou conexa narrativa de um romance
No teu sono sou zelo, no teu despertar sou teu arqueiro
No santuário do teu devaneio sou destino que te acredita.