QUERER-TE
Querer-te...
É alguma coisa assim...
Como que vontade de esparramar
Os sentimentos em cima da mesa,
Em lugar visível...
Deixá-los a mercê!
É alguma coisa assim...
Como querer...
Singrar os mares do teu peito,
Navegar por mundos desconhecidos,
Viajar pelos teus lábios,
Ocultar-me dentro dos teus olhos,
Habitar-te...
É alguma coisa assim...
Como querer demais compartilhar...
Se dividir...
Se encontrar...
É como querer sem poder!
E eu te vejo...
Vejo-te e não acomodo o coração,
Que pula que salta...
Inquieto, suspenso...
Querendo te dizer sem dizer...
O quanto vejo, quando te vejo,
Que vejo tanto...
Que sinto mais do que vejo...
E quero continuar caminhando,
Na tua direção constante,
Navegando,
Querendo te ter...
(Este poema foi escrito em 1983)