QUANTAS VEZES JÁ TE AMEI

Te amei nas eras prematuras, nos dias imaginários que te projetavam

Épocas que encenavam todas as sublimes realizações do amanhã

No leito tinha o meu divã, onde meus eus se desencontravam

Nos sonhos que me curavam, nos quais me beijavam teus lábios de avelã!

Te amei na augusta circunstância nada coincidente em que te conheci

Posto que ali reconheci tratar-se justamente de quem eu pretendia

No teu olhar que meigamente me via, igual brotante amor também vi

E lentamente me rendi a tudo que a paixão com sofreguidão me induzia!

Te amei com a sina viçosa e a seiva energética da juventude

Com as armas da plenitude, com o desatino típico da felicidade

Com a incapacidade de não intravenar-te à minha saúde

Com alma carinhosa e fôlego rude, com o mapa suplantador da imensidade!

Eu te amei todas as vezes que fui capaz de perceber que amava

E mesmo quando assim não me julgava, sabia que mentia à razão

Sempre que o amor oxigenou meu coração, tu foste o ar que ele respirava

E até na ilusão que me enganava, eu sei que procurava tua feição!

*****************************************************

Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

www.reinaldoribeiro.net

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 11/05/2011
Reeditado em 06/07/2012
Código do texto: T2962789
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.