Furto

Uma neblina precipita-se,

Num caminho já tortuoso,

Por natureza cruel,

Será fim, será início,

Esse é o veredicto que me afugenta,

É o sonho que me atormenta...

Postos em cima, tudo é tão calmo,

Quando se escuta, sofisticado me tenho,

Quando se enlaça, triste venho,

De um padecer – e será? – verdadeiro,

Nunca provar, nunca saber,

Um fatídico zombeteiro.

Sobras me restam,

Tudo é ouro, tudo é belo,

Tão súdita é minha paixão,

Por furtos inquietos,

Tentar e tentar-me,

Amantes indiretos.

Porca sova,

Que assim me cria por si,

E por si só vivo,

Ser alegre, ser nocivo,

Viver por sorte, viver da morte,

É quase um poeta cativo,

Que na sua horta cria,

Os parágrafos da vida...

Joga-me adiante,

Por aqui sou e afronto,

Pois meu fraco confronto,

Que por fraqueza nasceu,

Assim há de acabar,

Vendo ou não um belo mar...

O seu mar...

Lord Autus Gaef Foolville
Enviado por Lord Autus Gaef Foolville em 10/05/2011
Código do texto: T2960880
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