A mulher não escolhida
Rio de Janeiro, 7 de maio de 2011
Cabelos ao vento
Manuseados sem tempo
O tempo todo do mundo
Que aos olhos do amado parece perecer e envelhecer
A velhice inventada, apropriada , quando ameaçado o plano de viver
Aquele distante, enevoado, escondido pelas brumas do destino
Que não quer entregar sua diva, seu anjo a tempo
A tempo de não amar outra, aquela que já ama
O todo errado amarrado e interdito
O acontecer sem ser dito
O te amo
Costurado num todo indefinido
Incomoda o não planejado
A moda socorre mas não define o estilo
Aquele que gosta de forma torta
E aborta as idéias preconcebidas
De felicidade afinal
Ela, aqui, do seu lado, a abrir-se em amor
Amor inesperado para ambos
Mas que aquece o coração, a mente, a ilusão
Que acolchoa a tristeza
Preenche o dia a dia
Cozinha a imagem tardia, talvez inalcançável
Do filme imaginado
E dá vida
Aos corações embriagados
Aconchegados
Mornos
Ressuscitados
Deitados em abismos
Escolhidos
Ou não
Abismos acontecidos
E o resgate do amar
A erguer a corda com o corpo
E a cobrí-lo de carinho e atenção
Mesmo a sua revelia
E a magia revela-se
Em cada pio, num suave arrepio, num te amo arredio
E, sem querer sente
O presente
A mulher não escolhida
É tudo o que quis
Sempre
Ergue os olhos aos céus
E agradece
Ter descoberto a dádiva antes
De perdê-la para sempre