AMOR
Tropel de lembranças
incapacidade de apear
deste selvagem
cavalo amor.
Todos os dias
a mesma janela magnética
entressonhada
reflete a mesma inútil história.
Carros descem a ladeira
em direção a este prédio.
Nenhum deles pára
na confluência do sonho.
Espadas de sim e de não
no mesmo peito.
Coração solto no ar
balão sem rumo.
O fruto
para sempre quase
ao alcance da boca
Tântalo.
Presença absurda
cercada
pelos muros do ser
prisioneiro.
Amor e a ausência de tudo.
Amor e a saudade do futuro.
Amor e a certeza
de ter desviado estrelas de seu curso.
Na noite de 07 de maio de 2011.