À dona Dedé e todas as mães

Uma mulher bem severa,
Com o jeito de austera
Que com os filhos ralhava.
Debaixo daquela capa,
Belo sorriso escapa,
Era assim que se mostrava.

Depois, já com mais idade,
Demonstrava vaidade
E orgulho dos filhos seus...
Dizia aos quatro ventos
Que criara os rebentos
Com vara curta de Deus.

Mas a mulher tão severa,
Defendia, como fera,
Seis filhos que recebeu...
Os filhos, hoje em dia,
Lembram-se com alegria
Daquela mãe que Deus lhes deu.

Hoje, graças só rendemos,
Pela mãe que nós tivemos
Austera, porém bondosa.
Que nos fazia cafunés,
Cortava as unhas dos pés,
Além de ser carinhosa...

Oh minha mãe tão querida,
Que passou pra outra vida,
Louvamos a luta sua,
Mas no entanto sabemos,
No céu a encontraremos,
Lá a vida continua.