Mar de gente
Abras teus olhos.
Estou aqui
No reflexo deles.
Testes minha firmeza.
Regues meu recanto
Com todo o teu mel.
Não sei nadar em mar de gente
E menos ainda ser indigente.
Quero a glória e a roupa do teu pano pele.
Não quero amanhã.
Para mim, de nada serve.
Quero teu peso
Enquanto o hoje, indomável, escorre
Por entre nossas frestas.
Não te preocupes,
Não te disputo.
Eles olham para o lado errado.
Somente eu te vejo.
E quando te tocar,
Entalharei minha marca
Na tua carne púrpura
E verei o vapor deixar teu corpo
E somente minha mão
Será teu apoio.
Abra meus olhos.
Estou aqui
No reflexo dos teus.
Deita comigo,
Seja meu abrigo
E me dês, novamente, um último gemido...