Mar de gente

Abras teus olhos.

Estou aqui

No reflexo deles.

Testes minha firmeza.

Regues meu recanto

Com todo o teu mel.

Não sei nadar em mar de gente

E menos ainda ser indigente.

Quero a glória e a roupa do teu pano pele.

Não quero amanhã.

Para mim, de nada serve.

Quero teu peso

Enquanto o hoje, indomável, escorre

Por entre nossas frestas.

Não te preocupes,

Não te disputo.

Eles olham para o lado errado.

Somente eu te vejo.

E quando te tocar,

Entalharei minha marca

Na tua carne púrpura

E verei o vapor deixar teu corpo

E somente minha mão

Será teu apoio.

Abra meus olhos.

Estou aqui

No reflexo dos teus.

Deita comigo,

Seja meu abrigo

E me dês, novamente, um último gemido...

Paulo Fernando Pinheiro
Enviado por Paulo Fernando Pinheiro em 06/05/2011
Reeditado em 08/05/2011
Código do texto: T2953308
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