Uma carta para o meu amado
São Paulo, dezenove de abril
de dois mil e onze. Tempo nublado.
Meu Pierre, Tudo tem passado
O momento feliz ou febril
Mas tudinho em mim tem ficado,
passado. Porém você não vem
Nos meus sonhos você é real
Mas a utopia volta no final
O sol me acorda e diz: - Nada tem
Hoje anelo ter o surreal
Minha vida está acinzentada
Moldando-me com minha cidade
Virei um robô sem identidade
Esperando a grande virada
Trazendo o sonho a realidade
Os outros vivem de suas histórias
E eu vivo de imaginações
Aqueles vivem de previsões
Mas eu das ilusões de memórias
Fantasias que formam prisões
Tornei-me observadora alheia
Vejo os outros seguindo seus caminhos
Fazendo da vida pergaminhos
E na estrada estou comendo areia
Parada, vendo, buscando ninho
A espera estou do herói perdido
Que me salvará da cruel sina
Será minha vez de ser feliz
E serei tua como eu sempre quis
19/04/2011