Era Uma Vez
Era uma vez…
Uma vez dois lindos Anjos,
Que avistavam encantados, lá do céu,
A tenebrosa terra de encantos arranjos.
Oh como era estável aquele céu maravilhoso,
Quase que impenetrável aquele palácio majestoso.
Bem diferente do mundo Terreno,
Que se mostrava tão áspero e não Sereno.
Mas pobres Anjos que queriam mais,
Infiltrando já, em seus corpos, o pecado cobiçoso;
Pecado que transforma o Puro em Monstruoso.
Queriam sentir Saudade, Desejavam sentir amor,
Desejavam sentir Raiva, Queriam sentir a dor;
Almejavam viver como terrestres animais…
Oh mas que loucura foi aquela,
Que os levara à morte certa,
Anjos gritavam na Capela,
Pela sorte desses dois que era incerta.
Mas belos já decididos da partida,
Tocaram em seus peitos, marcando a ferida…
Ferida a que chamam de coração,
A que apaga, em momentos, a consciência e faz perder a razão.
Mas não era suficiente para a passagem,
Seria necessário arrancar toda a bagagem.
Em massagens dolorosas pelas costas,
Ambos arrancaram a penugem nelas postas.
Oh mas que chorosa sentinela,
Que ao vê-los pela imponente entrada da capela,
Choraram infinitas lágrimas de dor,
Vendo-os passando do puro branco ao vermelho da pura dor.
Então, os dois, saltaram de mãos dadas,
Estas almas destemidas, abraçadas
Caíram no abismo do medo,
Não temendo aquele mortal mundo,
Nem o celeste céu que estava tremendo.
Assim estas almas enamoradas,
Destinaram-se eternas amadas,
De um amor, enfim, Profundo.
E AMOR assim se Fez.