UM BEIJO

UM BEIJO

Um beijo foi tudo o que tive

Um beijo então foi tudo que restou

Amarelaram-se os dias, embaçaram-se as noites,

Mas a lembrança do beijo ainda não mudou

Negros como a mais sombria parte

De minha alma seus olhos me dardavam...

Alvo seu meu rosto erguia-se altivo e

Mavioso por entre as orlas negras dos seus cabelos...

Róseos e silenciosos os seus lábios

Contemplaram os meus...

Num minuto de silêncio, toda atmosfera

Parou para nós...

Certo é que não fora o primeiro

Nem o último de nossas vidas, mas fora

O único de duas almas embevecidas pelo

Néctar do ludibrio...

Se bom ou ruim, se certo ou errado nada

Disso agora importa...

Posto que teus olhos negros negaram

Por fim os meus... e das coisas

Que passei, e dos planos que tracei nada

Deles a saber lhe dei...

Então por fim na ignorância do meu

Silêncio restou somente a lembrança

Do beijo, aquele mesmo beijo que uniu

Nossas bocas em silêncio...

Gilmar Faustino
Enviado por Gilmar Faustino em 04/05/2011
Código do texto: T2948432
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