NA CAMA
Desnudo de vestes e empecilhos, eu te aguardo em minha cama
Querendo que tua alma cigana decida passear agora em mim
Para por fim à imensidão do incontrolável desejo que me inflama
E ser domado pela diva-amazona, insana e dama-querubim!
Quero entreabrir meus olhos na sensação de lábios percorredores
Que absorvem meus sabores na ânsia astuta de uma deusa
Quero transformar a cama numa mesa e degustar os teus ardores
Como se ferozes vigores desembainhassem a espada da delicadeza!
Quero fazer minha pulsão indomável sumir no mistério de tua sedução
E na cadência dessa inundação, sorver teu cio destemido
Cadenciar teu corpo na melodia do gemido e eternizar essa canção
Desde a aurora até a cerração, com a bondade de um amor bandido!
Porque te espero de tal forma apressado, que já cogito te roubar
E junto a ti sequestar todo limite que a razão doar a esse panorama
Tornar-te o antagonismo de uma dama, te possuir e degustar
Precisamente aqui onde meu corpo está a esperar: em minha cama!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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