SALVO PELO AMOR

Quando me vi e nada vislumbrei daquilo que haveria de constar

Na finda hora de meu ser arrematar, notei que mal saíra do alicerce

Em meio à calmaria que estremece, tendo por deserto o pleno mar

Eu era a turva imagem de tudo que não há e um elevar que apenas desce!

Eu tinha o artifício de toda fonação, mas não dizia o que queria pronunciar

Tantas superfícies pude tocar e nada que alegrassem minhas mãos

À alma uma coletânia de vãos buscando algo para se complementar

A pele um arrepio a procurar e um solo para semear seus grãos!

Haviam passos e estradas, mas não cheguei a parte alguma

Sob a espuma de ilusões somente a dor dos pregos que me calçavam

Antes de correr meus olhos cansavam, como que açoitados por bruma

Como andarilho em gigantesca duna, meus sonhos em si afundavam!

Até que vi sobre as colinas da esperança a luz castanha de um olhar

Que conseguiu finalizar minha plenitude outrora rascunhada

Com a força da impetuosa enxurrada e a energia de um raio a trovejar

Ela mudou meu próprio modo de me olhar e se tornou a minha amada!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/05/2011
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T2946217
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