Ébria noite.
Réstia de luz, um entardecer
pintado, mesclado das cores da manhã e da noite
que delicadamente surge com o ocaso
e por acaso reflete nos teus olhos ébrios o cair da noite,
entre conversas desiludidas e um cigarro socializado
a tontura do embriagar-se nos consumiu
e caímos impávidos na grama versificada em métrica por um poeta.
O simples deitar levou-nos ao sono bêbado e a aproximação sacra dos
[corpos
e o entrelaçar das mãos, a abstinência dos desejos.
Findo o pôr-do-sol venho a noite, e com a noite o desejo, a vontade e
[o mistério
e a noite agora estava em teus olhos, e com a noite a estrela
apontada inocentemente com o trejeito puro de criança.
E agora éramos pequenos na noite, no universo, e as estrelas surgiam.
Éramos crianças novamente, e havia o implícito pedido: “brinque
[comigo”.
Sob o firmamento de duas dúzias de estrelas, o beijo não veio, mas veio o verso, veio o poema.