dia décimo-primeiro
um segundo no meu quarto
diante do computador
sinto uma puta dor
(recorrência tão vulgar)
de não a encontrar
naquela porra de tela
eu que tanto fudi ela
ou melhor digo, fui dela
não da tela mas da minha
índia linda paranava
onde é que tu estavas
quando vim da ribanceira
para pela vez primeira
me escorrer pro mei’ do mar
eu que nunca quis nadar
sem ter alguém ao meu lado
ou ao menos o safado
desse meu computador
o prestidigitador
de uma dor que se escondeu
no interior de mim
Rio, 11/11/2006