Cheiros do afeto.
Desvendar o que o amor não diz,
descobrir o que a vida não quis,
ser feliz, ser feliz.
Olhar o outro com o sangue afetuoso, sangue de irmão,
somar os poros da pele com outra pele sem medo de errar,
ou de machucar,
sorrir com a alma escancarada e desenferrujada,
é possível, vale a pena, pode crer, pode crer.
Sentir o cheiro do afeto, do querer bem,
ser amante das coisas boas que a vida entrega,
ser feroz na busca dos sonhos, sejam quais sejam,
ser gente pra reconhecer o atalho errado e voltar sem dor,
sem vergonha nenhuma.
Destravar os medos, os ranços, as manias,
ouvir os sons do perdão com o coração menino,
abraçar com fé quem cruzar o caminho, sempre, sempre.
Envelhecer com as gotas de orvalho que só a sabedoria conhece,
entender que o tempo é rei e não dá desconto nem desculpa,
pra um dia morrer com a felicidade de ter sido bom para o mundo,
e nada mais, nada mais mesmo.
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