JURAS DE AMOR
A noite ainda despedia-se
Beijando a madrugada,
Quando o servo da boemia
Atirava versos contra a lua.
A poeira amarela do passado
Grudada em seu corpo cansado
Falava de uma longa jornada,
A voz tremula,
Por soluços entrecortados,
Falava de um peito ferido.
Diga-me, amigo boêmio,
No que é que tanto cismas
A relembrar as ilusões da vida?!
Dos que brindaram contigo
Nas cantigas da cigarra,
Resta ao menos uma face amiga?
Das juras de amor eterno
Sussurradas ao pé do ouvido
Na penumbra de um quarto,
Alguma delas sobreviveu?!
Ou jazem todas esquecidas
Junto aos beijos ardorosos
Dos amores que já foram teus?
Pobre de mim meu deus!
Depus a teus pés
Todos os sonhos da minha alma
E só agora percebo minha loucura,
Se foram sonhos o que te entreguei um dia
Por recompensa me devolves um pesadelo.