JURAS DE AMOR

A noite ainda despedia-se

Beijando a madrugada,

Quando o servo da boemia

Atirava versos contra a lua.

A poeira amarela do passado

Grudada em seu corpo cansado

Falava de uma longa jornada,

A voz tremula,

Por soluços entrecortados,

Falava de um peito ferido.

Diga-me, amigo boêmio,

No que é que tanto cismas

A relembrar as ilusões da vida?!

Dos que brindaram contigo

Nas cantigas da cigarra,

Resta ao menos uma face amiga?

Das juras de amor eterno

Sussurradas ao pé do ouvido

Na penumbra de um quarto,

Alguma delas sobreviveu?!

Ou jazem todas esquecidas

Junto aos beijos ardorosos

Dos amores que já foram teus?

Pobre de mim meu deus!

Depus a teus pés

Todos os sonhos da minha alma

E só agora percebo minha loucura,

Se foram sonhos o que te entreguei um dia

Por recompensa me devolves um pesadelo.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 02/05/2011
Código do texto: T2943724