ALMA DE POETA

Suave como uma criança que dorme,

Alma de Poeta tem seus privilégios,

Pois jamais acalenta ressentimentos,

Nem se curva para tentações excusas,

Pois tem o privilégio que Deus agraciou.

Se vê uma mãe extenuada pelas dores,

Ao ter o filhinho que não tem o que comer,

Buscando desesperada sobras até de lixos,

E ao encontrar um pão que sacia a fome,

O poeta enxuga as lágrimas e também sorri.

Seus dons que poucos tem esses privilégios,

Emprega-os para tornar o mundo em cores,

Plantando flores encantadas em muitos jardins,

E depois que florescem lindas e perfumadas,

Presenteia uma criança que brinda sua mamãe.

Aos que amam apaixonados tem as atenuantes,

Como mostrar-lhes um lindo pôr do sól sereno,

Onde as nuvens se pintam para lhe acariciar,

E a noite vem depois cheio de estrelas lindas,

Com a lua brilhante convidando-os para amar.

Alma de poeta que tem pela natureza sua paixão,

Tudo é motivo para alegrar seu coração que pulsa,

Ao ouvir os passarinhos cantarem no lindo alvorecer,

Contemplando depois a mata toda colorida de flores,

E borboletas azuis que vem pousar para lhes enfeitar.

Se vê um casal que não sorri por motivos fúteis,

Procura tocar seus corações para se reconciliarem,

E só se afasta quando as paixões voltam como antes,

Pois sempre se amaram e as razões são tão pequenas,

E os filhos que geraram não tem culpas das desavenças.

Se exulta quando vê um casalsinho ainda apaixonado,

Mesmo que a idade não lhes tragam o vigor de antes,

Pois o outono de suas vidas aos poucos se aproxima,

Nas rugas que surgem como folhas que vão caindo,

Mas o amor ainda reina na troca de olhares tão meigos.

01-05-2011