SOZINHA
Maria Luiza Bonini
Era um vazio monótono e silencioso
Que me espreitava ao longe, tal ladino
Causava estranhos calafrios em meu dorso
E me tornava refém d'uma estranha sina
Era uma dor do não se ter, até morrer
Que me acompanhava noite e dia.
Em meu medo de não sobreviver
Abracei, como náufraga, a poesia
Era um sentir de não sentir
Que paralisava meu corpo e minh' alma
Calando meu gritos, versos e palavras
Era um amor que permanecia latente
Que com a tua presença, se fez vida
Retornei a mim, sozinha, sem adeus nem despedidas