Amar é Correr Riscos
Se me exponho
torno-me vulnerável
e posso pelo mar ser tragado.
Se me fecho,
me resguardo,
o sol não brilha
e o amor não me invade.
Se me revelo
temo que faças de mim
objeto de estimação.
Se recluso
socorre-me a salvaguarda.
Construo castelo
de fosso intransponível.
Escondo o meu riso
e apresento uma imagem
qualquer.
Distraio o espelho
para que não reflita
como sou. O que sou.
As estações passam em silêncio.
O tempo delimita o homem
que em vão busca abrigo
na poesia.
Sem saída,
me exponho,
me revelo.
Amar é correr riscos.