AUTO RETRATO

Auto-retrato

Era uma vez um homem,

Um homem que acreditava

Na sinceridade dos amigos,

Um homem quase criança

Que sonhava esperando

Por alguém com quem pudesse

Repartir seus sorrisos.

Era lavrador de almas

E tinha por propriedade

O branco virgem dos papéis,

Terrenos sem cercas,

Sem donos, sem coronéis.

Semeador de sonhos

Tinha por sementes

Riscos rabiscos e letras,

Sinais a serem plantados

Na alma dos homens.

Rindo ou chorando,

Aplaudindo ou vaiando

Era, ao mesmo tempo,

A platéia e o artista

Presos ao circo da vida.

Usando uma máscara

Ria e fazia rir

Dizendo que o mundo

Era uma grande palhaçada.

Tinha o dom da magia

E sabendo todos os encantos

Cantava todos os cantos.

Sabia brincar,

E brincando se encantava

Num conto de menino

Para voltar a ser criança.

Sabia amar,

E amando acreditava

Que ainda podia

Haver esperança!

Sabia sorrir,

E quando sorria

O mundo se iluminava.

Ele era assim!

Não sabia tudo

Mas ensinava o que sabia.

Quem era ele afinal?

Calma que eu vou dizer!

Era um simples homem,

Porém, sabia sonhar,

E sonhando era deus!

Era poeta.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 30/04/2011
Código do texto: T2939902