AMOR OU ROMA
Como pode uma pessoa viver dentro da outra
Tomando espaço, fazendo conchavo
Alga viva se movendo por dentro dos olhos
Como uma raiz viva se contorcendo
Entrando no nó do pensamento
Abrindo espaço ou minimizando ainda mais
Adentrando pelas escadarias da coluna dorsal
Enchendo o coração de uma alegria intima
Um rosto vivo um corpo delineado com curvas
Roubando cenas de espetáculos rutilantes
E como luz estroboscópica lampeja na cabeça em flash
Sorrindo, brincando, morando em nós, migrando
Como uma fôrma espectral ínfima
Uma ostra bipartida em uma só pérola fina
Fixado por uma só valva de sua concha
Trocamos de corpos ela vive em mim
E eu passo a viver dentro dela
Que pintura este amor
Quanta cor nesta aquarela
Me olho no espelho e só vejo ela.