Noite orvalhada
Quando a noite orvalhada
pousa os
olhos sobre mim,
traz consigo a tristeza
de agora.
A saudade finca raízes
no peito como a
árvore que descansa,
altiva, lá fora.
Há um fio tênue que
une a dor e a saudade.
Não persigo mais a
cura que o tempo promete,
pois você insiste viver
em mim, correndo por
minhas veias,
pulsando firme
no coração,
envenenando a emoção.
Não encontro o
antídoto que cure
o que sinto.
Talvez eu não queira,
ou simplesmente
não possa esquecer.
O que perdura em mim
é o amor por ti despertado
e mesmo que ainda fira
o peito este silencia
o grito preso na garganta.
Na noite orvalhada
minhas lágrimas são
águas vertidas até
a insone madrugada.
Rita Venâncio.