QUANDO O AMOR NÃO PODE

Olhar a frondosa oliveira e não dispor do seu sabor esplendoroso

Viver à margem de um farto e glorioso paraíso de delícias

Ganhar as sobras e perder as primícias de um banquete portentoso

Ser apartado do prodigioso e condenado a resquícios e estultícias!

Assim é ter os braços bem menores que o alcance da amada pele

Sentir o vento que repele, enquanto a alma quer a chance de avançar

Olhar a boca sem poder beijar e ser olhado com a frieza que há na neve

Pensar que o tudo em si pra nada serve, pois não consegue lhe doar!

Só avistar com a anuência da distância e sob os mantos do disfarce

Querendo em vão que aquele passo tombasse e recaísse em seu abraço

Notar que até o gesto crasso não pôde conseguir que lhe notasse

Querendo que aquele olhar cansasse de negligenciar seu traço!

É como a fome que flagela, enquanto o fruto suculento nos provoca

Como a felicidade que passa em frente à porta, mas não adentra

A dor que um coração sustenta perante o grito que a razão sufoca

Das guerras que a loucura evoca é a mais cruel que ela enfrenta!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 29/04/2011
Reeditado em 08/11/2011
Código do texto: T2938220
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