Rio e Mar

Quem me dera ser um rio

Deslizando pro seu mar

E nas suas corredeiras

Num cristal de lua cheia

Ver o meu amor brotar

Quem me dera ser o dia

Penetrando em seu cantar

Meus olhos são tão tristonhos

Escorrendo pelos sonhos

Nos caminhos desse mar

Sou canoa que navega

Sem ter remos, sem ter velas

Sem caminhos pra voltar

Quem me dera ser o tempo

No infinito cavalgar

Pelas ondas do seu corpo

Num delírio quase louco

Vendo o amor se espraiar

Quem me dera ser o brilho

Que desponta em seu pensar

Agarrado à esperança

Ser o canto, ser a dança

Ser a noite, ser luar

Sou canoa que navega

Sem ter remos, sem ter velas

Sem caminhos pra voltar

Mas sou seu sonho esquecido

Renascendo sem cessar

Me batendo contra as ondas

Dessa verdade risonha

Da dureza do seu mar

Vou morrer no pensamento

Nessa imensidão sem par

Vou queimar meus sentimentos

E atirá-los contra o vento

Só pro meu amor chorar

Sou canoa que navega

Sem ter remos, sem ter velas

Sem caminhos pra voltar

Gentil Tadeu Gomes
Enviado por Gentil Tadeu Gomes em 28/04/2011
Código do texto: T2937310
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