FEITICEIRA

FEITICEIRA

Pela manhã abriu-se uma flor.

Sua visão despertou andarilhos de outrora.

Quando era jovem,

Sentia-se garboso,

Forte, corajoso.

Andava pelos jardins mundo a fora.

Nunca se queixou da vida.

Vida vivida nos trilhos.

Conheceu a moça galega.

Por ela deixou cair os muros.

Arrancou suas cercas.

Perdeu as estribeiras.

Enforcou-se no pé de coentro.

Trancou-se mundo a dentro.

Feiticeira!

Tu arrancaste do meu peito o alento.

A vida se tornou um tormento:

Sem você.

Sem teu hálito.

Sem de teus olhos o brilho.

Sem teu beijo gostoso.

Morri por dentro.

A estrada continua.

Ou para o norte, ou para o sul.

Para onde nasce o sol, ou onde este se deita.

Para a esquerda ou para direita.

A vida não nasce feita.

Só um pouco de fôlego.

Só uma dose de coragem.

Só uma chama ardente.

Acorda o vidente para ver de novo.

Nascem flores todos os dias.

De todas as espécies e odores...

Roosevelt leite
Enviado por Roosevelt leite em 28/04/2011
Reeditado em 22/04/2014
Código do texto: T2937131
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