Alquimia

Do dia,

Ficou somente a nuvem

Trazendo a noite, o vagar,

As dissonâncias afinadas

No ecoar da tua voz!

Ouça, o piano já toca,

A melodia alumia tuas vestes

E a brisa te chama para valsar,

Dentre os vértices estendidos

Pelos espelhos refletindo a palavra

Dileta do silêncio!

O tempo já não existe,

Pois eu posso laçar a lua

Tatua-la em tuas dunas

Já bordada em estralas,

E te sentir pela seda

Mariolar feito onda mar!

A maciez do teu céu

É retrato do lábio, rubro

Divagando pela nudez

Do sentimento aceso,

Grafado pelo coração,

Intuído pel’alma navegante

De todos os hemisférios

Imaculados pelo amor do Ancião!

Auber Fioravante Júnior

26/05/2011

Porto Alegre - RS