POBRE POETA...
A pena, a despachar o sonho
E o papel sofrendo ranhuras
Talvez, deixar um verso
É o que proponho
Mas triste, só deixei rasuras
Perdi-me no afago do tinteiro
Chorou puro carvalho
Mas em vão
Por que também chorei
Sem compaixão
De súbito, dobrei a pobre folha
E sem pensar
Precipitei-a ao chão
Nem alma, nem poeta, Nem escolha
São versos, pobres versos sem razão