CRUZ TOMBADA

Cruz tombada

Minha alma foi águia altaneira!

Entre nuvens a voar

Já fui capaz de sonhar,

No céu possuía uma estrela!

Na terra possuía um lar.

Agora, sozinho a vagar

Arrasto minha existência,

Sem jardins... Sem jasmins...

Sem amor...

Apenas um poeta errante!

Reabrindo cicatrizes profundas

Piso sobre os espinhos,

Esmago as flores

E sangro os pés.

Na minha boca

Gritam as dores do mundo,

Mas ninguém me escuta!

Essa dor no meu peito,

Esse desprezo pela vida,

Essa cruz tombada

Que larguei jogada

A beira do caminho,

Apontam o fim da jornada.

Mas eu não te condeno!

Bebi dos teus lábios

Um delicioso veneno

E morro sem um único grito...

Se da morte aspiro agora

O hálito horrendo!

Culpo somente o destino.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 28/04/2011
Código do texto: T2935643