Beijo

Beija... e no beijo cala o pranto

que dor é salgada,

que dor não é nada...

beija... é beijo acalanto.

A rima pobre, nobre intenção

que a poesia é doída,

a poesia é pó, é partida,

e a rima é só distração.

O feito que, o peito, alardeia

é, pois, sempre, sentimento...

e nem se importa do acento,

quando poetas na areia.

A lua é iletrada e ama,

o tempo, analfabeto, corre...

Beija... quem beija declama,

o beijo que é amor e não morre.