TUDO POR AMOR
Autora – Regilene Rodrigues Neves
Às vezes o pensamento absorto me leva
Em devaneios... Lembranças cálidas dos meus ais
De vida amada e querida sorrindo em loucas avenidas
De m’alma... Lânguidas lembranças da minha criança
Livre a brincar... Rodopiando minha infância...
Poeta a sonhar... Sonhos adolescentes
Crescendo no meu coração a pulsar
Sem saber que tudo era poesia
De um verso louco por amar...
Compreendi meu caminhar
Subidas íngrimes ora escaladas
Numa escada de degraus inversos
A minha razão tão louca era a minha emoção
De amar quis poesias exalar
Abrir meus poros extravasar minhas loucuras
De poeta insano de amor!
Mesmo na dor quis compor minha alegria
Que dentro de mim sorria
Nessas humildes linhas
De rabiscos tortos da minha limitação
Mas sempre, sempre ardentes cheio de paixão
Numa convulsão de sentimentos infinitos
Por vezes meu grito aflito
De uma lagrima íntima tão minha
Que seu silêncio em mim fundia
Cheio de abraço sem abraços
Beijos sem lábios
De um corpo alucinado
Por seu vicio indomado
De poeta apaixonado
Afloradas estrofes
Tecem um jardim dentro de mim
Meu olhar se inebria brilha de intensa harmonia
Em face dessa utopia de espinhos e pétalas
Coração e vida coabitando um corpo
De codinome MULHER!
Força e fragilidade significados opostos
Numa personalidade marcante
Serenidade dentro de um vulcão
Sabedoria dentro da emoção
Razão perdida nas avenidas da minha ilusão
Criança... Menina... Mulher...
Sempre juntas livres
Dançam nas letras que se juntam para traduzi-la
Bailarina... Dama da noite...
Acasalada ao luar rodopia no palco da vida!
Sonha o amor poder tocar
Despi-lo da alma
Sem preconceito pelo seu jeito perfeito
De me encantar assanhar meus desejos
Levitar meus seios arder na pele
No colo dos sentimentos me pegar
Deitar na plenitude de lençóis de seda
Manchar de amor à pureza
Minha poesia em nome dele declarar
Quando meu gemido infindo sussurrar
Estou pronta para te amar
Vem... Vem me encontrar!
A menina cresceu
Mas guardou restos dos teus versos
Comungados em comunhão do crescimento.
Do corpo e do vinho me saciei
Pecados cometi em teu nome
Mas m’alma por ti louvei AMOR!
EM 16 de dezembro de 2006