ALMAS DISTANTES

Hoje diante da solidão presente,

teu sorriso ausente,

embriaga minha mente.

Na alma, a água fervente,

ainda queima; meu eu, pressente

e tua pele sofre, ardente.

Na cama fria, soluço minha vida,

sinto o calor de tua ferida,

absorvo a febre por ti sentida.

O estomago reclama à comida,

na cabeça a vertigem, gira...Ainda.

sou tua nudez ...Desprevenida.

Hoje diante da solidão, sofro,

como um cão roendo o osso;

como a última moeda no fundo do poço;

como a refeição de um hospital...Insosso;

como o humor negro, irado e tosco,

quero alivio...Vinde e livra-me do sufoco.

Na cama fria, adormeço a vaidade,

quebro corrente; busco a liberdade,

sigo as estrelas e encontro a felicidade.

Descanso em tua boca, minha saciedade,

desejo teu corpo com vulgaridade,

aguço o teu gozo com virtuosidade.

Hoje diante da solidão...A cama,

a loucura e o desejo,

que a minha alma inflama.

Em silêncio, o corpo sente,

as feridas da vida cismam na alma;

como estes versos soltos, que agora escrevo.

5:39h (made in Insônia)

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 16/11/2006
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