MARCAS DO AMOR
Na alma uma orquestra decantando a valsa do delírio
Com a perda do equilíbrio a cada trôpego passo sóbrio
Onde nem a inutilidade é ignóbil, onde o inverno jamais é frio
Onde flores explodem no pavio e o amor deleta o verbete do ódio!
No corpo uma flâmula grafada em contorno beijado incandescente
Uma aura imanente tingida pela energia da mútua combustão
A nítida sensação da inundação em relevo sob febre veemente
As digitais do sequestro da mente pelo toque quente da sedução!
Na vida o projeto erigido de céus específicos para novos castelos
O requinte e o singelo traçando a beleza dos ritos com alarde
Que anuncia a manhã que invade, honrando seus raios agora mais belos
Nos quais frutificaram antigos anelos em pleno sol risonho de felicidade!
Na pena do poeta a confissão que nem o ator silêncio detém
A onda inspirada que vai e vem, conforme a lembrança bendita
Na entrelinha que tanto se agita ou na declaração que tão mal se contém
Vê-se um poeta refém das marcas do amor que em seus versos grita!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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