Tão Longe, Tão Perto...

TÃO LONGE, TÃO PERTO...

Lugar vazio e seco da corrente de água que passou.

Do mar que secou dos olhos meus...

Há noite no escuro da insônia...

Há uma voz que denuncia a tua presença em mim...

Eu fugi tanto de querer-te assim como simples mortal,

Nem me dei conta do mal que me fazia negando-te

Em minhas conversas intimas e solitárias,

Onde a tua fala também era minha...

Aquele despertar com sussurros de torpor,

O som do choro entre o sono e a vigília,

A noite inquieta onde passou longe a calmaria...

A tua voz ecoando longe e perto

A retorcer-se dentro de mim como a ponta de um cinzel...

Olhos quase entreabertos, não te vêem, mas te sentem.

Estás sempre tão perto, para augúrio meu...

Às vezes sinto-me no inferno e no céu...

O dia amanhece e tudo parece normal.

Eu nunca estou assim igual a um ser humano qualquer...

No intimo grita a mulher que quer ser o que é somente,

Alguém que ama, tem saudades e sente,

A incerteza de viver, e se ver nos olhos de alguém,

Tão longe e tão perto...

Joselma de Vasconcelos Mendes
Enviado por Joselma de Vasconcelos Mendes em 16/11/2006
Código do texto: T293132