Quase morte

No escuro do nosso amor,

Me permito viajar.

Estou nas ondas dos teus gemidos,

Nos vacilos dos teus suspiros,

E no teu quase expirar.

Quando tua respiração cessa

E tua vida não sabe se fica ou se vai,

Chamo isso de quase morte,

Mas não precisaria chamar.

Afundo teu corpo

Com minhas mãos,

Lanças de quadris.

Tu me olhas de um jeito lindo,

No momento em que conto tuas costelas

Apertando para doer,

Machucando por querer.

Escrevo em você

Com nossa tinta quente.

Sei que me amas, mas nem sempre entendes.

Vejo por entre todos os teus defeitos

Que amas o meu jeito sem jeito.

Sabes o que fazia, enquanto

De olhos fechados,

Tu me percorrias

Com teu passeio de língua?

Escrevia este poema

E tu nem percebias...

Paulo Fernando Pinheiro
Enviado por Paulo Fernando Pinheiro em 26/04/2011
Código do texto: T2930985
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