Rio sem vida
Corre feroz o rio em correntezas de dor,
no canto da ave,
o curso da esperança que o mundo afogou.
Sonhos de paz que nunca se pôde conquistar
no corpo amante da guerra que desconhece o amor.
Corpos cambaleantes prostituem-se sem ideais,
miséria e dor sobre o prato que compõe a mesa,
o nada abriga a alma no casulo corrompido
onde a vida traz em si o sonho
finalizado em tempos reais.
Estigma afligindo os que perderam suas essências,
vida pela vida na luta brutal,
sem nem ao menos considerar as consciências
abatidas que estão a afogar-se nas correntezas de um rio
que corre feroz sem nenhuma resistência.
27/10/2006