Poema 0885 - Me ame, se puder!
Vem, corre a sua boca nos meus beijos,
grita sua alma, diz que cheguei cedo,
fala da paixão, mostro a minha,
dos sonhos não, vamos juntos,
nada é mais de um, hoje somos plurais.
Digo a que vim, a que veio este amor,
desmancha as teias, desembaraça os desejos,
tinge de cores vivas, alegres,
nada muito exótico, um pouco talvez pra aguçar.
Solte o tempo, deixa correr solto até a felicidade.
Somos o depois de tudo que vivemos,
o sangue que não correu, a corda que amarrou,
os sinais invisíveis que tatuaram o peito,
o sentimento correspondido ou um tanto desprovido,
um antes depois, um depois de antes do amor.
Corre, vem louca, mas vem realidade,
deixo queimar minha pele na sua até marcar,
faça sinais de sim, de querer um dia a mais que hoje,
não precisamos razões de amar ou os porquês de amar,
vou e volto sem ao menos sair do seu corpo.
Diz do que sonha quando estou longe, no que pensa,
por certo não temos os mesmos sonhos, os desejos iguais,
assim que nos completamos,
as palavras incendeiam quando falamos da paixão,
ao menos sei, ao menos sinto quando toco seu corpo.
Vezes temos despedidas, mas temos voltas,
as bocas não ficam sem beijo, o sabor fica preso,
o coração leva e traz o tempo que deixamos vazio,
aos sonhos desabitados, diz não,
matei todas as mortes, matei todas as más sortes.
Vem agora, é tudo, sabe que nada tenho e tudo dou,
prometo um amor, se puro, não sei, te dou,
abro meu peito como se fosse janela para o amanhã,
solto meus fantasmas, fecho as ruas que caminhei,
por hora, me dôo, acomode-se e ame se puder.
16/11/2006