Revelação

 

Tudo simples e muito natural,

Calcinhas e sutiãs no varal,

Intimidades expostas ao sol...

E no outro lado do terreiro,

No bar, bem ao lado do puteiro,

Os homens discutindo futebol...

 

No chão batido, bolas de gude,

Crianças voltando do açude

Tagarelavam coisas triviais,,,

Os lençóis balançando ao vento

Faziam nas sombras, movimento,

Chamando atenção pros varais.

 

Foi quando alguém, falando no bar,

Sobre as calcinhas a balançar,

Pertencente a Fulana de Tal,

Disse entre os sons inaudíveis,

Elogios e coisas horríveis

Que doeram, soaram muito mal...

 

Foi assim que lhe foi revelado,

Ser fruto do amor do passado

De pai que não quis um nome lhe dar.

Desprezada, a mãe foi à luta,

Ele era um filho da puta

E não podia da mãe reclamar.