AMOR ERRADO
Alguém me disse certa feita que eu não devia te amar
Que igual seria a um grave acidentar por um despenhadeiro
Julguei inverdadeiro tal ultimato que não quis considerar
E decidi me aventurar no mar de teu veneno tão hospitaleiro!
Beijei teus lábios muito mais do que devia, amei teu corpo sucessivamente
Abri solenemente a minha vida à proporção que a tua me invadia
Enquanto teu império em mim nascia, ao que a razão dizia fiz-me ausente
Julgando-me um az tão competente, não percebia que jogava e perdia!
Ultrapassei todas as fronteiras e não me protegi do perigo que rondava
Quanto mais te amava, meu corpo implorava reencontrar-te
Como um terráqueo vivendo em marte, um pensante que não raciocinava
Em teus braços me afundava num progressivo e agressivo disparate!
E quando enfim teu beijo doce viciou meu coração
Busquei em vão por tua imagem que já não mais me pertencia
Forçada abstinência que feria uma desavisada e sombria solidão
Que me falou que fui apenas diversão de quem me quis e já não mais queria!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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