SÓ UMA COISA MUDOU
Ainda sou o mesmo réu de um tribunal refém do meu deslumbramento
Que sem qualquer arrependimento prossegue errante
No peito bate o mesmo coração amante, ao som do antigo sentimento
Que não arrefeceu num só momento, cujo intento prossegue avante!
Aqui não há fervor desalentado ou redução de entusiasmo
Jamais entrou marasmo nas portas onde um dia visitou-me a veemência
Aquela mesma apaixonada experiência ainda escala píncaros de espasmo
O que não é nenhum pleonasmo pois vai além da redundante persistência!
Meus olhos não perderam todo o brilho que tua imagem lhes doaram
As juras que meus lábios falaram não expiram com o avanço das auroras
Passam segundos, minutos e horas - minhas prioridades não mudaram
E hoje meus versos te declaram o mesmo teor do que versaram outrora!
O céu ainda brilha através do sol que teus sorrisos emitem
Jardins ainda existem em cada metro onde teu rastro se perfaz
O tempo foi capaz de preservar toda paixão que meus olhares transmitem
Mas algo mudou e não te omitem: hoje estou te amando muito mais!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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