Gaiola Dourada
Pobre pássaro sonhador
Privado da liberdade
Acostumou-se
À rude clausura
Voar não tem coragem
Seu canto é melancolia
Quando vê a liberdade
Que outros pássaros tem
Da sua gaiola dourada
Contempla olhando o nada
Sua vida trancafiada
Sua alma engessada
De tanto ficar fechado
Em tão ricos aposentos
Habituou-se à prisão
Tem receio de voar
Perdeu as suas defesas
Teme sofrer por amar
(Ana Stoppa)