Sete Vidas
Passei metade da minha vida ajudando animais abandonados, doentes com fome e não fui capaz de salvar meu própio animal de morrer envenenado pelas mãos de um malfeitor. Me sinto culpada por não ter chegado a tempo do meu própio animal salvar, estou aprendendo a duras penas que nessa Terra quanto mais flores você espalha em cima de mais espinhos você vai andar...
Até ontém eu achava que o mundo até poderia ser justo
Tola fui eu que acreditei e depois me calei não sei se de tristeza ou susto
Como pode uma pessoa não sentir nada no coração
Ao colocar veneno para o gato de uma moça com depressão
Ninguém mais para esperá-la alegre no portão
O tapete felpudo e vazio indicando um indício de solidão
Para muitos era só mais um bichano
Que depois de um horrível sofrimento morreu nos meus braços ouvindo de mim eu te amo
Quem fez isso foi certamente para casa servir uma vil existência
E eu fiquei sozinha sentindo o silêncio da ausência
Aos poucos descortina-se a visão pura e bonita que eu tinha do céu
Jamais pensei em ver se apagar os poucos o brilho de esperança dos olhos de Raquel
Para minha mãe e meu pai juro que não chorei
Apenas com os olhos inchados acordei mais bem sei
Toda vez que um '' desalmado'' colocar a cabeça no travesseiro
Há de lembrar de uma moça e seu gato sempre companheiro brincando com um novelo
Agora vou sair e só a noite vou voltar
Talvez um animal sofrendo jogado por aí eu vá encontrar
Prometi na hora da dor que nunca mais na solidariedade vou acreditar
Vou tapar os ouvidos com força quando ouvir um gatinho ou um filhote de cachorro por ajuda me implorar
Promessa em vão porque eu nunca conseguiria ir em frente sem olhar para trás
A diferença entre um ''monstro'' e a moça de Batatais
Esta na alma e consequentemente nos ideais
Enquanto ele de raiva do mundo espalha veneno para matar os inocentes animais
Eu hoje ando de cabeça baixa me sentindo culpada
Porque até um gato nessa vida eu amei demais...