Dialética do amor

Ela era tão bonita

alegre, jovem e

seria bem-sucedida

mas veio o amor,

que lhe negou liberdade

deu-lhe dois filhos

tirou-lhe a dignidade

aluguel sempre atrasado

fome, traição.

Ela era espontânea e ativa

bordava, cozinhava, engomava

tão dedicada e fogosa

seu homem sempre a mimar

largou emprego, perdeu a casa

Ele não quis casar

seu filho, um perdido,

ele não iria sustentar

Ela não era linda

nem a mais cobiçada

mandona, difícil, pouco sociável

encontrou um homem que lhe amava

deu-lhe educação e um emprego

muito mais do que esperava

São tantas as histórias

todos a querer o amor

mas às vezes, ele nos bate

prende, empobrece

outras tantas nos alegra

centra, enobrece

qual a medida, diga-me por favor?

mas se estiverem certo

de tanto que penso eu

de tantas contas que faço

nunca entrarei no compasso

daqueles que sabem amar.

LUCILA GRACINDA
Enviado por LUCILA GRACINDA em 24/04/2011
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