POESIA DA SAUDADE

Recordo-me daquele dia,

Curvada a meus pés

Dizia em vão

Que me amava

E chorando pedia:

“Ai! Não me deixe não!

Sem você minha vida

É uma interrogação,

É noite sem estrelas,

É praia sem mar,

Ai! Não me deixe não!”.

Mas eu, sem piedade!

Fui embora

Sem me importar

Com a sua saudade.

Por fim,

Como flor que murcha

E cai desfolhada ao chão

Ainda nos meus ouvidos

Implorava a gemer:

“Ai! Não me deixe não!”

Como doe essa lembrança!

Uma dor que

Parece saudade,

Uma saudade

Que parece amor!

Que só agora me entristece,

Que só agora se faz poesia.

Abner poeta
Enviado por Abner poeta em 24/04/2011
Código do texto: T2927312