POESIA DA SAUDADE
Recordo-me daquele dia,
Curvada a meus pés
Dizia em vão
Que me amava
E chorando pedia:
“Ai! Não me deixe não!
Sem você minha vida
É uma interrogação,
É noite sem estrelas,
É praia sem mar,
Ai! Não me deixe não!”.
Mas eu, sem piedade!
Fui embora
Sem me importar
Com a sua saudade.
Por fim,
Como flor que murcha
E cai desfolhada ao chão
Ainda nos meus ouvidos
Implorava a gemer:
“Ai! Não me deixe não!”
Como doe essa lembrança!
Uma dor que
Parece saudade,
Uma saudade
Que parece amor!
Que só agora me entristece,
Que só agora se faz poesia.