ANGÚSTIA DE POETA
Mina alma solitária
Implorando por socorro
Lança aos ventos do destino
Todas as palavras
Dos versos moribundos
Que já escrevi.
Letras mortas
Ajuntadas uma a uma
Nas palavras sem ecos
Desses versos desajeitados
Que arrancados do peito
Espalham-se pelas ruas.
E apesar de não me escutarem
Insisto em acreditar
Desenhando na areia
O rosto da esperança
Com o sorriso da tarde,
E teimo em sonhar.
E mesmo que me apedrejem
Insistindo no meu silêncio,
Vou gritar uma vez mais!
E mesmo que tenha
Todas as distâncias
Ainda por percorrer,
Na esperança de ser ouvido
Sacudirei as páginas mal escritas
Dessa história sem graça.
Quem sabe assim as palavras
Caiam sobre a terra
E talvez um dia
possam produzir bom fruto
quando eu rasgar esse luto.