PEREGRINO

 
Estirado no chão, despido,
sinto, vejo, a planta dos teus pés, descomunais,
palmilhar meu corpo deformando mamilos,
em ritual hedonístico ritmando,
ao redor de minha cicatriz ventral,
escorregando em meus pentelhos...
Meu olhar, ergo.
Selado à tua imagem,
sigo tua silhueta como alpinista embriagado,
escalo panturrilhas, coxas cobertas de babugem áureas,
reúno forças em teus glúteos,
o oásis, tão perto,
o cheiro suave dos pendões de trigo,
a fenda virgem...
Sedento, arrasto-me serpenteando
pelo teu ventre saara de febres intermitentes...
Preciso encontrar os maciços gêmeos,
tocar com a língua seus píncaros,
saciar minha sede, impedir
que as colunas de mármore se fechem
e não torne mais ver a fenda...   

Sagüi
Enviado por Sagüi em 20/04/2011
Código do texto: T2920163
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